Novos modelos de negócios, e a demanda pela evolução da Gestão Pública

Uma indústria tradicional usa galpões, pessoas trabalham lá todos os dias em um determinado horário, suas matérias primas e produtos chegam e saem do endereço do galpão.

É relativamente simples determinar grau de risco ou complexidade desse tipo de negócio.

Mas o que fazer quando a indústria não segue mais o modelo tradicional?

O que fazer quando ela não tem mais galpões, colaboradores, horários nem se quer tem estoque?

Entender que é necessário mais que o Cadastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) para diferenciar empresas é um desafio. E ainda mais desafiador é entender como evoluir de forma global junto com esses novos modelos.

O Paradigma Mudou

Por muitas décadas o modelo de negócio da indústria, por exemplo, evoluiu com poucas modificações extraordinárias. Talvez por isso que, durante esse período, o Estado manteve seus mecanismos de avaliação e controle envoltos em uma legislação quase que permanente, com mínimas alterações. Esse modelo foi efetivo por anos, dada a desnecessidade de mudança por todo esse tempo.

Na última década, porém, vimos uma evolução sem precedentes nos mais diversos setores da indústria, comércio e serviços. Com a demanda por processos mais simplificados, os excessos e as amarras previamente criadas não fazem sentido.

O que prevejo para os próximos anos é o que já estamos fazendo na prática em vários municípios brasileiros, sito como exemplo Jaraguá do Sul: onde uma evolução dos processos para atender os antigos e os novos modelos de negócios criados pela tecnologia com a agilidade que as empresas precisam.

Transformação Digital

A automatização do processo de abertura de empresas que estão empreendendo em Jaraguá do Sul tem o objetivo de facilitar e simplificar.

Afinal, empreender já é difícil por inúmeros fatores, por que dificultar mais essa parte do processo?

Devemos facilitar ao máximo porque incentivar o empreendedorismo é algo que faz muito sentido para o desenvolvimento das cidades.

Na prática, tem dois momentos marcantes durante esse período de desenvolvimento de um processo simplificado.

Em um primeiro momento, evoluímos do processo manual ao parcialmente eletrônico. Em um segundo momento, conseguimos chegar ao nosso objetivo: um procedimento 100% digital. Para isso, fizemos a integração total de dados municipais com os dados presentes em órgãos federais e estaduais. Com a construção dessa estrutura de cruzamento de dados, conseguimos evoluir para as tão sonhadas deliberações eletrônicas.

Hoje, qualquer empreendedor ou contador consegue confirmar uma auto declaração e assiná-la digitalmente. Com esse documento único enviado ao município por meio do portal, seu alvará pode ser processado.

Essa automação, além de analisar o CNAE, leva em consideração aspectos do empreendimento e vai continuar evoluindo em conjunto com os novos modelos de negócios que virão por aí.

A Lei de Liberdade Econômica

Isso tudo antecedeu e agora caminha em ressonância com a muito esperada e bem-vinda Lei de Liberdade Econômica, que garantiu ao empreendedor o exercício da atividade econômica.

Nesse novo contexto, a intervenção do estado acontecerá somente de forma subsidiária e excepcional, caso o Estado não consiga resolver a questão por outros meios. Ou seja, a lei soltou as amarras e permitiu que muitas atividades de baixo risco possam funcionar sem maiores dificuldades. Isso é adaptação. Isso é inovação.

Mindset Inovador

A tecnologia da informação tem potencial para desenvolver os mais diversos e impensáveis modelos de negócio. Para melhor servir esses empreendedores e incentivar sua jornada na criação de novas soluções para a sociedade, considero essencial que os paradigmas da gestão pública sejam quebrados.

Precisamos de um mindset cada vez mais adaptável, pronto para se desenvolver cada vez mais.

Daqui para frente, prevejo um Estado cada vez menos estagnado, pois já não há espaço para fazer as coisas da mesma forma que sempre foi feito. Novos tempos exigem evolução, um olhar aguçado para pontos que precisam ser melhorados e boa vontade para fazer isso acontecer.

É isso que os gestores públicos municipais, esperam da tecnologia, e é isso que desejo à gestão pública, para o bem dos empreendedores do Brasil e que quem se beneficia das soluções criadas por eles.